terça-feira, 8 de junho de 2010

A Carta: é pra você


Djavan - A Carta

Não vá levar tudo tão a sério

Sentindo que dá, deixa correr
Se souber confiar no seu critério
Nada a temer

Não vá levar tudo tão na boa
Brigue para obter o melhor
Se errar por amor Deus abençoa
Seja você

No que sua crença vacilou
A flor da dúvida se abriu
Vou ler a carta que o Biel mandou
Pra você, lá do Brasil:


"Eles me disseram tanta asneira, disseram só besteira
Feito todo mundo diz.
Eles me disseram que a coleira e um prato de ração
Era tudo o que um cão sempre quis

Eles me trouxeram a ratoeira com um queijo de primeira
Que me, que me pegou pelo nariz
Me deram uma gaiola como casa, amarraram minhas asas
E disseram para eu ser feliz

Mas como eu posso ser feliz num poleiro?

Como eu posso ser feliz sem pular ?

Mas como eu posso ser feliz num viveiro,

Se ninguém pode ser feliz sem voar?


Ah, segurei o meu pranto para transformar em canto
E para meu espanto minha voz desfez os nós
Que me apertavam tanto

E já sem a corda no pescoço, sem as grades na janela
E sem o peso das algemas na mão
Eu encontrei a chave dessa cela
Devorei o meu problema e engoli a solução

Ah, se todo o mundo pudesse saber
Como é fácil viver fora dessa prisão

E descobrisse que a tristeza tem fim
E a felicidade pode ser simples como um aperto de mão

Entendeu?

É esse o vírus que eu sugiro que você contraia
Na procura pela cura da loucura,
Quem tiver cabeça dura vai morrer na praia."


Filipe Rodrigues

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